A CRIMEIA FOI DECISÃO DA MAIORIA DE CIVIS, E KOSOVO O QUE FOI?
O BOMBARDEIO DA YUGOSLÁVIA PELOS USA E OTAN, DURANTE 2 MESES O QUE FOI? UMA BRINCADEIRA? UM ATO DE JUSTIÇA, OU AGRESSÃO A UM ESTADO INDEPENDENTE? OU UM ATO DE GUERRA?
FOI UM ATO DE GUERRA, ATAQUE A CIVIS
Completam-se 15 anos desde bombardeio da Iugoslávia
A agressão do Ocidente matou quase dois mil habitantes civis.
O
ataque da Aliança Atlântica Norte contra a Iugoslávia foi um dos atos
finais da campanha de muitos anos do Ocidente contra este potente Estado
nos Balcãs. Bombas e foguetes lançados de noite sobre Belgrado,
Pristina e outras cidades sérvias terminaram a formação de um novo mapa
da Europa de Leste, disse à Voz da Rússia Alexander Bovdunov, perito em
assuntos políticos:
“Formava-se um foco de tensão na
Europa, impedindo-a de firmar-se como um centro geopolítico independente
e, ao mesmo tempo, esmagavam-se e destruíam-se forças que poderiam ser
aliados do mundo russo, em primeiro lugar a Sérvia e sérvios. Não é por
acaso que neste conflito os EUA e a Europa, que estava sob seu controle,
apoiaram primeiro os croatas e posteriormente decidiram estrangular o
Estado sérvio, minimizando sua influência nos Balcãs através do
desenlaçamento do conflito em torno do Kosovo”.
Um dos
principais objetivos que perseguiam os Estados Unidos era mostrar ao
mundo que eles podem impor sua vontade e dispor de qualquer território
na Europa. Assim, graças aos atos de Washington, surgiu a República do
Kosovo, um pseudoestado, cuja única missão era transformar-se em mais
uma praça de armas dos EUA, considera um analista, Vassili Kashirin:
“Este
é seguro e fiel satélite do Ocidente, onde se encontra a maior base dos
americanos no continente europeu. Os Estados Unidos construíram no
Kosovo uma verdadeira cidade-fortaleza militar. Chegaram lá para dezenas
de anos e não pretendem abandoná-la. Desde o ponto da força militar
grosseira dos EUA, do imperialismo americano esta operação foi um
triunfo evidente”.
Destroçando o Estado iugoslavo em
várias pequenas repúblicas e enclaves, o Ocidente não quis parar. Graças
à política de “democracia alada” semeou ruína no Iraque, Afeganistão e
Líbia e já planejou dar cabo da Síria insubmissa, quando falhou o
mecanismo de influência unipolar – a via de política euro-atlântica foi
barrada pela Rússia, continua Vassili Kashirin:
“A
distribuição global das forças no mundo sofreu alterações. A Rússia já
não foi tão fraca como em 1999 e isso foi mostrado claramente pelo país
no ano passado no decorrer da crise síria, quando graças à sua
diplomacia razoável e posição de princípio Moscou impediu que o Ocidente
empreendesse agressão armada contra a Síria”.
A Crimeia
foi mais um lapso do euro-atlantismo. O Ocidente tenta fazer passar a
razoável vontade de Moscou, explicável desde o ponto de vista humano, de
defender a população russofalante da península contra nacionalistas
radicais por uma agressão armada contra a Ucrânia. Ao mesmo tempo, os
resultados da livre expressão da vontade dos habitantes da Crimeia de
unir-se com a Rússia são considerados na Europa como violação da
integridade territorial do Estado ucraniano.
Em
palavras de Vassili Kashirin, tal reação da Europa Ocidental e dos EUA é
obediência refletora à política de padrões duplos. Mas os tempos já
mudaram e esta política não será mais tão eficaz como antes por ser
demasiado evidente para todo o mundo.
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