REINVENTANDO A VIDA
¿OU, POR QUÊ?
Encontrando os motivos
Sonolento, sem nem tomar um banho, dormi; acordando fui para o banho onde tive consciência de algumas coisas. Aqui
na cidade de Salto havia um estabelecimento comercial de nome ‘ARMAZÉM POPULAR’ ainda no estilo que havia sido construído a mais de 100 anos, com
magníficas prateleiras no raro e belo pinho de riga e mercadorias tais como o calçado Conga e as famosas
‘Alpargatas Roda’, pós exóticos e especiarias raras, queijos, fumados, cordas,
produtos de beleza e uma infinidade de outros produtos tais como tachas, pregos
especiais, bebidas, doces, sorvetes; lá havia de tudo e reminiscência do
passado brasileiro, registrando vendas a clientes antigos nas chamadas
‘cadernetas’ (pequeno caderno próprio onde registrar compras e pagamentos). Tal
armazém era dirigido pelo simpático senhor Bertinho, homem afável, bonito na
idade e cabelos brancos, de bom trato e fina educação. Mas a poucos dias em um
trágico evento o Armazém queimou todo, sobrando somente entulho, o que considero uma tragédia que
atinge a história brasileira além de Salto, atingindo o Brasil, pois o
estabelecimento era um museu vivo de mercadorias e costumes do passado.
Ontem conversando com o senhor Bertinho
tive consciência da tragédia que é perder um estilo de vida, um negócio onde se
cresceu e trabalhou até atingir 60 anos de idade. O Armazém se foi e não
existem mais portas para abrir no inicio da manhã, ver chegarem os funcionários
(gente boa, lá se formaram muitos jovens nas lides da vida) e atender a grande
clientela; e durante o dia naquele movimento todo, o vozerio de clientes até
chegar o fim do dia, encerrar as atividades, baixar as portas e ir para casa
cansado. Nada disso existe mais, só um grande vazio.
Assim, agora pouquinho lembrei de minha
mãe que também passou pela dor de perder um negócio construído pelas próprias
mãos, onde labutou dias e noites por mais de quarenta anos, até em fins de
semana. E nada disso restou, só um vazio, que só percebi agora pouquinho o
quanto ela sentiu a perda, tal o quanto o senhor Bertinho está sentindo. E
antes não tive consciência plena de quanto ela havia sofrido com a perda de uma
criação, um negócio florescente que seria como um filho.
Escrevo tudo isso acima, pois tal como
não havia percebido a dimensão da tragédia que minha mãe viveu, muitas vezes
não consigo compreender muitos acontecimentos e até algumas de minhas ações,
por exemplo as referentes ao que acontece na Europa Oriental, especificamente
na Ucrânia, Criméia e Rússia.
Tenho defendido por escrito a decisão dos
habitantes da península da Criméia em procederem a um referendo para escolherem
se continuam parte da Ucrânia ou se buscam secessão tornando-se independentes.
E defendi, defendi e continuei a
defender tal decisãodo povo da Criméia, decisão similar da Escócia que pretende separar-se da
Inglaterra, ou Veneza,da Itália ou Catalunha,da Espanha ou o Tibet, da China ou o Rio Grande do Sul, do Brasil; e agora
pouco compreendi o que impulsiona minhas ações, tive consciência do fogo que
alimenta minhas ações que é o anseio pelo Livre Arbítrio, o anseio pelo direito
de Livre Expressão, o forte impulso de decidir a minha própria vida sem aceitar
arreios ou imposições de quem quer que seja, impulso que leva-me a também
defender o direito ao porte e uso de arma para auto defesa; compreendi porque
defendo um sistema político que promove tais conceitos, o sistema Federalista que vigorando realmente –de fato- promove o Livre Arbítrio, o
direito de Livre Expressão e o direito ao porte e uso de arma para auto defesa,
tal sistema político, o Federalista
com o qual nenhum sistema ditatorial pode conviver. Governo onde não vigore o
Federalismo não aceita ou admite o Livre Arbítrio, o direito ao uso e porte de
arma para auto defesa, o direito de Livre Expressão, pois no Federalismo o
governo perde os poderes com que habitualmente oprime e rouba o povo. Dirão
alguns que aqui no Brasil vigora o sistema de República Federativa, o que é um erro grave, pois são sistemas incompatíveis um com o outro,
República e Federalismo,
pois no primeiro quem manda é o presidente e o povo obedece e no segundo o povo
é quem decide a própria vida.
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