domingo, 16 de março de 2014

REINVENTANDO A VIDA

¿OU, POR QUÊ?



Encontrando os motivos

Sonolento, sem nem tomar um banho, dormi; acordando fui para o banho onde tive consciência de algumas coisas. Aqui na cidade de Salto havia um estabelecimento comercial de nome ‘ARMAZÉM POPULAR’ ainda no estilo que havia sido construído a mais de 100 anos, com magníficas prateleiras no raro e belo pinho de riga e mercadorias  tais como o calçado Conga e as famosas ‘Alpargatas Roda’, pós exóticos e especiarias raras, queijos, fumados, cordas, produtos de beleza e uma infinidade de outros produtos tais como tachas, pregos especiais, bebidas, doces, sorvetes; lá havia de tudo e reminiscência do passado brasileiro, registrando vendas a clientes antigos nas chamadas ‘cadernetas’ (pequeno caderno próprio onde registrar compras e pagamentos). Tal armazém era dirigido pelo simpático senhor Bertinho, homem afável, bonito na idade e cabelos brancos, de bom trato e fina educação. Mas a poucos dias em um trágico evento o Armazém queimou todo, sobrando somente entulho, o que considero uma tragédia que atinge a história brasileira além de Salto, atingindo o Brasil, pois o estabelecimento era um museu vivo de mercadorias e costumes do passado.

Ontem conversando com o senhor Bertinho tive consciência da tragédia que é perder um estilo de vida, um negócio onde se cresceu e trabalhou até atingir 60 anos de idade. O Armazém se foi e não existem mais portas para abrir no inicio da manhã, ver chegarem os funcionários (gente boa, lá se formaram muitos jovens nas lides da vida) e atender a grande clientela; e durante o dia naquele movimento todo, o vozerio de clientes até chegar o fim do dia, encerrar as atividades, baixar as portas e ir para casa cansado. Nada disso existe mais, só um grande vazio.

Assim, agora pouquinho lembrei de minha mãe que também passou pela dor de perder um negócio construído pelas próprias mãos, onde labutou dias e noites por mais de quarenta anos, até em fins de semana. E nada disso restou, só um vazio, que só percebi agora pouquinho o quanto ela sentiu a perda, tal o quanto o senhor Bertinho está sentindo. E antes não tive consciência plena de quanto ela havia sofrido com a perda de uma criação, um negócio florescente que seria como um filho.

Escrevo tudo isso acima, pois tal como não havia percebido a dimensão da tragédia que minha mãe viveu, muitas vezes não consigo compreender muitos acontecimentos e até algumas de minhas ações, por exemplo as referentes ao que acontece na Europa Oriental, especificamente na Ucrânia, Criméia e Rússia.

Tenho defendido por escrito a decisão dos habitantes da península da Criméia em procederem a um referendo para escolherem se continuam parte da Ucrânia ou se buscam secessão tornando-se independentes. E defendi, defendi  e continuei a defender tal decisãodo povo da Criméia, decisão similar da Escócia que pretende separar-se da Inglaterra, ou Veneza,da Itália ou Catalunha,da Espanha ou o Tibet, da China ou o Rio Grande do Sul, do Brasil; e agora pouco compreendi o que impulsiona minhas ações, tive consciência do fogo que alimenta minhas ações que é o anseio pelo Livre Arbítrio, o anseio pelo direito de Livre Expressão, o forte impulso de decidir a minha própria vida sem aceitar arreios ou imposições de quem quer que seja, impulso que leva-me a também defender o direito ao porte e uso de arma para auto defesa; compreendi porque defendo um sistema político que promove tais conceitos, o sistema Federalista que vigorando realmente –de fato- promove o Livre Arbítrio, o direito de Livre Expressão e o direito ao porte e uso de arma para auto defesa, tal sistema político, o Federalista com o qual nenhum sistema ditatorial pode conviver. Governo onde não vigore o Federalismo não aceita ou admite o Livre Arbítrio, o direito ao uso e porte de arma para auto defesa, o direito de Livre Expressão, pois no Federalismo o governo perde os poderes com que habitualmente oprime e rouba o povo. Dirão alguns que aqui no Brasil vigora o sistema de República Federativa, o que é um erro grave, pois são sistemas incompatíveis um com o outro, República e Federalismo, pois no primeiro quem manda é o presidente e o povo obedece e no segundo o povo é quem decide a própria vida.     



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